A infertilidade masculina é uma condição que vem crescendo e é cada vez mais considerada durante a avaliação de um casal que está tentando engravidar. Por muito tempo, o fator masculino foi menosprezado no diagnóstico da infertilidade. Porém, com os avanços na área da reprodução assistida, hoje sabemos que ele pode representar a causa única da infertilidade conjugal em 20 a 30% dos casos.
A etiologia da infertilidade é muito diversa, podendo estar relacionada a fatores ambientais, estilo de vida, doenças, entre outros. Por essa gama de fatores que podem estar envolvidos com uma baixa qualidade seminal, muitas vezes a infertilidade não tem causa aparente, já que os exames realizados rotineiramente nem sempre são suficientes para sua identificação.
O estresse oxidativo é conhecido por ser uma possível causa desse quadro de infertilidade masculina, devido à baixa capacidade antioxidante dos espermatozoides. As espécies reativas de oxigênio são importantes para diversas funções fisiológicas, mas, quando há um excesso dessas substâncias, elas podem levar a vários danos, não só aos espermatozoides, como também às demais células germinativas. Sendo, por exemplo, uma das causas da fragmentação do DNA espermático.
Para tentar diminuir esse dano, muitos especialistas recorrem à indicação de terapias com antioxidantes para seus pacientes. Porém, não há, na literatura, evidências claras de melhora na qualidade seminal com o uso da suplementação.
O estudo que trazemos hoje teve como objetivo realizar uma pesquisa entre profissionais da saúde da área da reprodução assistida, para identificar o padrão de testagem para estresse oxidativo e a prescrição do uso de antioxidantes. A pesquisa foi realizada de forma online e contou com a participação de 1.317 profissionais de 88 países ao redor do mundo.
Título: A Global Survey of Reproductive Specialists to Determine the Clinical Utility of Oxidative Stress Testing and Antioxidant Use in Male Infertility
Foi observado, com a avaliação desses resultados, que a maioria dos participantes (65,7%) não utiliza um teste para avaliação da presença de estresse oxidativo no sêmen. Ao mesmo tempo, 41,9% recomendam a suplementação com antioxidantes para grupos específicos, e 43,7% recomendam esse uso rotineiramente para seus pacientes.
Esses achados mostram que, muitas vezes, a prescrição ocorre sem a identificação da presença do estresse oxidativo, o que pode resultar no estresse redutivo, causado pelo excesso de antioxidantes, que pode ser tão danoso quanto o estresse oxidativo para as células.
Além disso, foi observado que esse tratamento normalmente tem uma duração de 3 a 6 meses, o que pode representar um custo adicional para os pacientes e, por ser um tratamento longo, pode gerar desistências, principalmente em casais tentantes, que normalmente anseiam por um resultado positivo rápido.
Dos profissionais que informaram utilizar testes para avaliação do estresse oxidativo, mais da metade (53,24%) informou utilizar o teste de fragmentação do DNA espermático como método. Embora uma das causas da fragmentação do DNA seja o aumento de espécies reativas de oxigênio, outros fatores também podem levar a essa condição. Sendo assim, esse não seria um teste específico para esse diagnóstico.
Os autores discutem, no trabalho, que essa falta de testagem pode ser decorrente da ausência de um consenso sobre o teste a ser utilizado, do custo de implementação do teste na rotina e da necessidade de uma equipe treinada para a realização de alguns testes disponíveis.
O CANros, produzido pela Candore e comercializado pela Intermedical, representa um teste simples, fácil e que não necessita de equipamentos adicionais aos já utilizados em um laboratório de reprodução assistida. Ele utiliza o nitroazul de tetrazólio, que reage com as espécies reativas de oxigênio, gerando coloração e permitindo identificar o nível de ROS nas amostras seminais. Sua interpretação é simples e não requer treinamento adicional da equipe para sua realização.
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O artigo em questão concluiu que, mesmo sem evidência robusta, o uso de antioxidantes no tratamento da infertilidade masculina é amplamente utilizado. Também se observou que o manejo clínico varia muito entre os profissionais. Sendo assim, este estudo evidencia a necessidade de inclusão da testagem para estresse oxidativo na análise seminal de rotina, além da importância de mais estudos na área, para que o tratamento do paciente seja cada vez mais individualizado e atenda às necessidades de cada casal.